Criatividade e inovação
O que vem à sua mente quando você
pensa sobre a criatividade? Alguns pensam em pessoas muito especiais e que a
criatividade envolve talentos extraordinários.
Associam criatividade com as
artes, com a ciência e grandes invenções. Pensam em Leonardo da Vinci, Mozart,
Einstein, Picasso, Santos Dumont, Henry Ford e Steve Jobs.
Estas pessoas certamente realizaram
coisas notáveis, com impactos profundos e duradouros sobre nossas vidas. Mas há
outras valiosas expressões de criatividade que se incorporaram ao nosso
cotidiano, mas que não são lembradas quando se fala em criatividade.
Muito do que você hoje olha como
trivial e corriqueiro, já foi considerado uma notável invenção na ocasião de
sua introdução. Refiro-me a invenções simples, mas que se tornaram
indispensáveis, como a escada, a tesoura, a chave de fenda, o lápis, o carrinho
de supermercado, etc.
Da mesma forma, presenciamos
diariamente valiosas expressões de criatividade em todos os setores de
atividade como artesanato, indústria, comércio, diversão, etc.
Esta diversidade de manifestações
criativas explica as dezenas de definições para o termo criatividade. A
criatividade tem significados distintos para diferentes pessoas e pode ser
definida segundo a perspectiva limitada de diferentes disciplinas como
negócios, ciências, música, artes plásticas, teatro, dança e arquitetura.
Numa perspectiva bastante abrangente,
a criatividade pode ser definida como o processo mental de geração de novas idéias por indivíduos ou grupos.
Uma nova idéia pode ser um novo
produto, uma nova peça de arte, um novo método ou a solução de um problema.
Esta definição tem uma implicação importante, pois, como processo, a criatividade
pode ser estudada, compreendida e aperfeiçoada. Ela tira da criatividade aquela
áurea de um evento mágico, místico e transcendental; um beijo de Deus na sua
testa.
Ser criativo é ter a habilidade de
gerar idéias originais e úteis e solucionar os problemas do
dia-a-dia. É
olhar para as mesmas coisas como todo mundo, mas ver e pensar algo diferente.

O balão de ar quente foi
inventado pelos irmãos Joseph e Etienne Montgolfier em 1783. A idéia teria
ocorrido a Joseph ao ver a camisola de sua mulher levitar, depois que ela a
colocara perto do forno para secar. Daí teria vindo a idéia de construir um
grande invólucro em forma de pêra, de papel e seda, com uma abertura na base
para ser inflado com a fumaça de palha queimada. Milhões de pessoas já tinham
visto este fenômeno, mas somente os irmãos Montgolfier tiraram proveito prático
desta observação. Eles viram muito mais do que uma camisola flutuando – isto é criatividade.
Inovação e criatividade são a mesma
coisa?
A resposta é não.
Criatividade é pensar coisas novas,
inovação é fazer coisas novas e valiosas.
Inovação é a implementação de um novo
ou significativamente melhorado produto (bem ou serviço), processo de trabalho,
ou prática de relacionamento entre pessoas, grupos ou organizações.
Os conceitos de produto,
processo e prática são totalmente genéricos, se aplicando a todos os campos da
atividade humana, como indústria, comércio, governo, medicina, engenharia,
artes, entretenimento, etc. O termo implementação implica em ação: só há
inovação quando a nova idéia é julgada valiosa e colocada em prática.
Os irmãos Montgolfier transformaram a
observação de uma camisola flutuando num balão – isto é inovação.
Nem sempre a inovação é o resultado
da criação de algo totalmente novo mas, com muita freqüência, é o resultado da
combinação original de coisas já existentes.
A invenção do radar é uma combinação
de elementos conhecidos: ondas de rádio, amplificadores e osciloscópios.
Algumas importantes inovações consistem de novos usos para objetos e
tecnologias existentes. Um bom exemplo é o uso da Internet pelos bancos,
permitindo aos clientes o acesso direto aos serviços bancários. Outro exemplo:
o uso do telefone celular para monitoramento de portadores de doenças
cardíacas.
Quem são os maiores empreendedores brasileiros
deste século?
Quais os homens que fizeram a diferença na
construção e na reconstrução do capitalismo nacional?
A EXAME fez essas perguntas a dezenas de
representantes do mundo corporativo ao longo das últimas semanas.
sobre a lista. Ao final, sobraram 20 nomes.
O resultado vai muito além de histórias pessoais e
isoladas, construídas com base em trabalho, perseverança e inovação.
O que se tem é o retrato das extraordinárias
mudanças pelas quais o Brasil passou no decorrer dos últimos 100 anos. Nada -
ou quase nada - sobrou do país de Francesco Matarazzo, o personagem que abre a
série dos 20 empreendedores nacionais.
Em 1902, quando o imigrante italiano que mais tarde
ganharia o título de conde fundou a Metalúrgica Matarazzo, o Rio de Janeiro era
a capital da República, o café ainda era a base da economia e toda a população
do país era formada por não mais que 18 milhões de pessoas.
O Brasil de empreendedores como Jorge Paulo Lemann,
Jorge Gerdau e Abilio Diniz é outro. É o país que, cada vez mais, tenta se
movimentar de acordo com a lógica do mundo globalizado. Três banqueiros
aparecem na lista: Amador Aguiar, do Bradesco; Olavo Setubal, do Itaú; e
Walther Moreira Salles, do Unibanco.
Há também três representantes da mídia: Assis
Chateaubriand, o polêmico criador dos Diários Associados e pioneiro da
televisão no país; Victor Civita, o fundador da Editora Abril, que edita a
EXAME; e Roberto Marinho, das Organizações Globo. Sebastião Camargo, da Camargo
Corrêa, e Norberto Odebrecht, da Odebrecht, aparecem como os grandes
empreiteiros brasileiros.